terça-feira, 3 de abril de 2012

Enquete - Acrósticos indicados

Abaixo se encontra os acrósticos feito pelas turmas do ESDE - TOMO 2.
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Acróstico 1

Liberdade absoluta
Intimo que pertence ao homem
Buscando o amor com o próximo
Expelindo a consciência da igualdade
Resgatando consciências
Dando a luz do conhecimento
Atraindo a liberdade para o próximo
Dando o conhecimento para a vida
Existência do bem e da fraternidade
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Acróstico 2


L
evando uma vida digna
Instituindo o dom do amor
Bem ao próximo como paradigma
Evitando assim a dor
Recebendo méritos de louvor
Distribuídos a quem faz caridade
Aumentando graças e felicidade
Dedicados a quem pratica o bem
Embelezando toda a humanidade
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Acróstico 3

Livre para voar, sem ferir
Ideais de uma vida pura
Buscando jamais se omitir
E sempre vendo na vida futura
Razões para não querer impor
Dando ao irmão, a mão amiga
Aonde quer que você for
Dividindo e nunca diminuindo
Esta beleza chamada amor
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quinta-feira, 1 de março de 2012

Mediunidade de Cura


A mediunidade de cura é a capacidade possuída por certos médiuns de curarem moléstias por si mesmos, provocando reações reparadoras de tecidos e órgãos do corpo humano, inclusive as oriundas de influenciação espiritual. Assim como existem médiuns que emitem fluidos próprios para a produção de efeitos físicos concretos (ectoplasmia), temos igualmente os médiuns que emitem fluidos que operam todas as reparações acima referidas.

Na essência, o fluido é sempre o mesmo, uma substância cósmica fundamental.

Mas suas propriedades e efeitos variam imensamente, conforme a natureza da fonte geradora imediata, da vibração específica e, em muitos casos (como este de cura, por exemplo), do sentimento que precedeu o ato da emissão.

A diferença entre os dois fenômenos é que no primeiro caso (ectoplasmia), o fluido é pesado, denso, próprio para elaboração de formas ou produção de efeitos objetivos por condensação, ao passo que no segundo (curas), ele é sutilizado, radiante, próprio para alterar condições vibratórias já existentes.

MÉDIUM CURADOR

Além do magnetismo próprio, o médium curador goza da aptidão de captar esses fluidos leves e benignos nas fontes energéticas da natureza, irradiando-os em seguida sobre o doente, revigorando órgãos, normalizando funções, destruindo placas e quistos fluídicos produzidos tanto por auto-obsessão
como por influenciação direta.

O médium se coloca em contato com essas fontes ao orar e se concentrar, animado pelo desejo de fazer uma caridade evangélica.

Como a lei do amor é a que preside todos os atos da vida espiritual superior, ele se coloca em condições de vibrar em consonância com todas as atividades universais da criação, encadeando forças de alto poder construtivo que vertem sobre ele e se transferem ao doente. Por sua vez, este se colocou na mesma sintonia vibratória por meio da fé ou da esperança.

Os fluidos radiantes interpenetram o corpo físico, atingem o campo da vida celular, bombardeiam os átomos, elevam-lhes a vibracão íntima e injetam nas células uma vitalidade mais intensa. Em conseqüência, acelera as trocas (assimilação, eliminação), resultando em uma alteração benéfica que
repara lesões ou equilibra funções no corpo físico.

Nas operações cirúrgicas feitas diretamente no corpo físico, os espíritos operadores incorporam no próprio médium que dispõe desta faculdade. Ele, como autômato, opera o paciente com os mesmos instrumentos da cirurgia terrena, porém sem anestesia e dispensando qualquer precaução de assepsia. Em certos casos, embora raros, o espírito incorporado logra o mesmo resultado cirúrgico utilizando objetos de uso doméstico (facas, tesouras, garfos ou estiletes comuns) como instrumentos operatórios, igualmente sem quaisquer cuidados anti-sépticos.

O cirurgião invisível incorporado no médium corta a carne do paciente, extirpa excrescências mórbidas, drena tumores, desata atrofias, desimpede a circulação obstruída, reduz estenoses ou elimina órgãos irrecuperáveis.

Semelhantes intervenções, além de seu absoluto êxito, são realizadas em um espaço de tempo exíguo, muito acima da capacidade do mais abalizado cirurgião do mundo físico. Em tais casos, os médicos desencarnados fazem seus diagnósticos rapidamente, com absoluta exatidão e sem necessidade de chapas radiográficas, eletrocardiogramas, hemogramas, encefalogramas ou quaisquer outras pesquisas de laboratório.

Nessas operações mediúnicas processadas diretamente na carne, os pacientes operados tanto podem apresentar cicatrizes ou estigmas operatórios como ficarem livres de quaisquer sinais cirúrgicos. Em seguida à operação, eles se erguem lépidos e sem qualquer embaraço ou dor, manifestando-se surpreendidos por seu alívio inesperado e a eliminação súbita de seus males.

Quando opera incorporado no médium, o espírito sempre é auxiliado por companheiros experimentados na mesma tarefa, que cooperam e ajudam no controle da intervenção cirúrgica, no diagnóstico seguro e rápido e no exame antecipado das anomalias dos enfermos a ser operados.

Entidades experimentadas na ciência química transcendental preparam os fluidos anestesiantes e cicatrizantes, transferindo-os depois do mundo oculto para o cenário físico através da materialização na forma líquida ou gasosa, conforme seja necessário.

CIRURGIAS A DISTÂNCIA

Embora o êxito das operações mediúnicas dependa especialmente do ectoplasma a ser fornecido por um médium de efeitos físicos e controlado pelos espíritos de médicos desencarnados, há circunstâncias em que, devido ao teor sadio dos próprios fluidos do enfermo, as operações produzem resultados miraculosos no corpo físico, apesar de processadas somente no perispírito.

O processo de “refluidificação”, com o aproveitamento dos fluidos do próprio doente, lembra algo do recurso de cura adotado na hemoterapia praticada pela medicina terrena, na qual o médico incentiva o energismo da pessoa debilitada extraindo-lhe algum sangue e, em seguida, injetando-o novamente nela, em um processo que acelera a dinâmica do sistema circulatório.

No entanto, mesmo que se tratem de operações mediúnicas feitas diretamente na carne do paciente ou mediante fluidos irradiados a distância pelas pessoas de magnetismo terapêutico, o sucesso operatório exige sempre a interferência de espíritos desencarnados, técnicos e operadores, que submetem os fluidos irradiados pelos “vivos” a um avançado processo de química transcendental nos laboratórios do lado espiritual.

E quais são as diferenças entre as cirurgias realizadas com a presença do paciente e as realizadas a distância? No primeiro caso, os técnicos desencarnados utilizam o ectoplasma do médium de efeitos físicos e também os fluidos nervosos emitidos pelas pessoas presentes. Esta aglutinação polarizada sobre o enfermo presente possibilita resultados mais eficientes e imediatos.

No segundo caso, os espíritos operadores procuram reunir e projetar sobre o doente os fluidos magnéticos obtidos pelas pessoas que se encontram reunidas a distância, no centro espírita. Porém, como se tratam de fluidos bem mais fracos do que os fornecidos pelo médium de fenômenos físicos, eles são submetidos a um tratamento químico especial pelos operadores invisíveis, a fim de se obterem resultados positivos.

Mesmo assim, os fluidos transmitidos a distância servem apenas para as intervenções de pouco vulto, pois, sendo fluidos heterogêneos, exigem a “purificação” à qual nos referimos.

Existem alguns fatores que impedem as cirurgias a distância de serem tão eficazes e seguras como as intervenções diretas. Para muitos desses voluntários doadores de fluidos, faltam a vontade disciplinada e a vibração emotiva fervorosa, que potencializam as energias espirituais. Além disso, alguns deles não gozam de boa saúde, fumam em demasia, ingerem bebidas alcoólicas em excesso ou abusam de alimentação carnívora. Aliás, nos dias destinados a esses trabalhos espirituais, os médiuns deveriam se submeter a uma alimentação sóbria, já que, depois de uma refeição por vezes indigesta, o indivíduo não tem disposição para tomar parte em uma tarefa que exige concentração mental segura.

DIFICULDADES PARA OS ESPÍRITOS

Durante o tratamento fluídico operado a distância, a cura depende muito das condições psíquicas em que os doentes forem encontrados durante a recepção dos fluidos. Os espíritos terapeutas enfrentam sérias dificuldades no serviço de socorro aos pacientes cujos nomes estão inscritos nas listas dos centros espíritas, pois além das dificuldades técnicas resultantes de certo desequilíbrio mental do ambiente onde eles atuam, outros empecilhos os aguardam, em virtude do estado psíquico dos próprios doentes.

Às vezes, o enfermo tem a mente saturada de fluidos sombrios, em face de conversas maledicentes, intrigas, calúnias e fofocas. Em outros casos, lá está ele em excitação nervosa por causa de alguma violenta discussão política ou desportiva, bem como é encontrado envolto na fumarada intoxicante do cigarro ou na bebericagem de um alcoólatra. Outras vezes, os fluidos irradiados das sessões espíritas penetram nos lares enfermos, mas encontram o ambiente carregado de fluidos agressivos, provenientes de discussões ocorridas entre seus familiares. É evidente que os desencarnados têm pouco êxito em sua tarefa abnegada de socorrerem os enfermos quando estes vibram recalques de ódio, vingança, luxúria, cobiça ou quaisquer outros sentimentos negativos.

CIRURGIAS DURANTE O SONO

As operações cirúrgicas realizadas no perispírito durante o sono só atingem a causa mórbida no tecido etérico deste, porém, depois de algum tempo, começam a desaparecer seus efeitos mórbidos na carne, pelo mesmo fenômeno de repercussão vibratória. Neste caso, como os enfermos operados ignoram o que lhes aconteceu durante o sono ou mesmo em momento de vigília e repouso, duvidam quanto a essa possibilidade.

Uma vez que esses doentes, tendo sido operados no perispírito, não comprovam de imediato qualquer alteração benéfica em seu corpo físico, geralmente supõem terem sido vítimas de uma fraude ou um completo fracasso quanto à intervenção feita. Acontece que a transferência reflexa das reações produzidas por essas operações se processa muito lentamente, levando semanas ou até meses para manifestarem seus efeitos benéficos no organismo. Além disso, há casos em que o enfermo recebe assistência de seus guias espirituais devido à circunstância de emergência, que não altera o determinismo de seu resgate cármico.

Toda cura se dá pela ação fluídica, já que o espírito age através dos fluidos.
Tanto o perispírito como o corpo físico são de natureza fluídica, embora em diferentes estados, havendo relação entre eles. O agente da cura pode ser encarnado ou desencarnado e nela podem ser utilizados ou não processos como passes, água fluidificada e outros, além da intervenção no perispírito ou no corpo. Na cura por efeitos físicos, a alteração orgânica no corpo físico é imediatamente visível ou passível de constatação pelos sentidos ou aparelhamentos materiais.

Na ação fluídica sobre o perispírito, a cura será avaliada depois, pelos efeitos posteriores no corpo físico. Agindo através dos centros anímicos, órgãos de ligação com o perispírito, atinge-se este, que também se beneficia ao se purificar pela aceleração vibratória, tornando-se, assim, incompatível com as de mais baixo padrão.

É desta forma que se operam as curas de perturbações espirituais, na parte que se refere ao perturbado propriamente dito.

Sabemos que a maior parte das moléstias de fundo grave e permanente não podem ser curadas porque representam resgates cármicos em desenvolvimento, salvo quando há permissão do Alto para curá-las. Entretanto, há benefícios para o doente em todos os casos, porque se conseguirá, no mínimo, uma atenuação do sofrimento.

A CURA NA MÃO DE TODOS

A faculdade de curar pela influência fluídica é muito comum e pode se desenvolver por exercício. Todos nós, estando saudáveis e equilibrados, podemos beneficiar os doentes com passes, irradiações, água fluidificada etc.
Aprendendo e exercitando, desenvolvemos nosso potencial de ação sobre os fluidos.

O poder curativo está na razão direta da pureza dos fluidos produzidos, como qualidades morais ou pureza de intenções, da energia da vontade, quando o desejo ardente de ajudar provoca maior força de penetração, e da ação do pensamento, dirigindo os fluidos em sua aplicação.

A mediunidade de cura, porém, é bem mais rara, espontânea e se caracteriza pela energia e instantaneidade da ação. O médium de cura age pelo simples contato, pela imposição das mãos, pelo olhar, por um gesto, mesmo sem o uso de qualquer medicamento.

No evangelho, existem numerosos relatos em que Jesus ou seus seguidores curam por ação fluídica, alguns deles examinados por Allan Kardec no livro A Gênese, capítulo XV.

É lícito buscar a cura, mas não se pode exigi-la, pois ela dependerá da atração e fixação dos fluidos curadores por parte daqueles que devem recebê-los. A cura se processa conforme nossa fé, merecimento ou necessidade. Quando uma pessoa tem merecimento, sua existência precisa continuar ou as tarefas a seu cargo exigem boa saúde, a cura poderá ocorrer em qualquer tempo e lugar, até mesmo sem intermediários (aparentemente, porque ajuda espiritual sempre haverá). No entanto, às vezes, o bem do doente está em continuar sofrendo aquela dor ou limitação, que o reajusta e equilibra espiritualmente, o que nos faz pensar que nossa prece não foi ouvida.

Para tanto, vejamos o que diz Emmanuel no livro Seara dos Médiuns, no capítulo “Oração e Cura”: “Lembremo-nos de que lesões e chagas, frustrações e defeitos em nossa forma externa são remédios da alma que nós mesmos pedimos à farmácia de Deus. A cura só se dará em caráter dura douro se corrigirmos nossas atuais condições materiais e espirituais. A verdadeira saúde e equilíbrio vêm da paz que em espírito soubermos manter onde, quando, como e com quem estivermos. Empenhemo-nos em curar males físicos, se possível, mas lembremos que o Espiritismo cura sobretudo as moléstias morais”.

De uma maneira primorosa, Allan Kardec nos situa sobre o assunto: “A cura se opera mediante a substituição de uma molécula malsã por uma molécula sã. O poder curativo está, pois, na razão direta da pureza da substância inoculada, mas depende também da energia da vontade, que, quanto maior for, mais abundante emissão fluídica provocará e tanto maior força de penetração dará ao fluido. Depende ainda das intenções daquele que deseje realizar a cura, seja homem ou espírito”.

Daí então se depreende que são quatro as condições fundamentais das quais depende o êxito da cura: o poder curativo do fluido magnético animalizado do próprio médium, a vontade do médium na doação de sua força, a influenciação dos espíritos para dirigir e aumentar a força do homem e as intenções, méritos e fé daquele que deseja se curar.

Retirado do Livro: O que é cura Espiritual – Dr. Bezerra de Menezes

O MÉDIUM NEM SEMPRE PODE CURAR


Pode parecer Jogo de palavras, mas o médium de cura é, quase sempre, um espírito endividado diante da Lei de Deus, carente de tratamento. A cura espiritual ocorrerá se o médium fizer bom uso do seu "poder" mediúnico, concedido pela misericórdia de Deus. No tratamento mediúnico, o doente propriamente dito pode curar-se se aliar o merecimento à fé. O médium representa apenas o instrumento - esterilizado ou enferrujado - sobre o qual atuam os bons espíritos. Para os dois, médium e paciente, vale a advertência de Jesus: "Vá e não peques mais".

Kardec atribuiu (Revista Espírita de 09/1865) ao Espiritismo o mérito de explicar satisfatoriamente os fenômenos mediúnicos de cura, embora tenha admitido, desde o primeiro momento de sua análise, que a mediunidade é um fenômeno natural, ocorrido em todos os tempos da história do homem. 

No antigo Egito - para dar apenas um exemplo -, a prática mediúnica era usual e popular, a tal ponto que foi registrado, em gravura, o deus Horus colocando as mãos acima da cabeça de um doente, na típica postura de um passista.

A mediunidade de cura ocorre, basicamente, pela doação de fluido, dirigida por um espírito, com resultados mais ou menos rápidos, dependendo da capacidade do médium e do merecimento do paciente.

É preciso esclarecer, de início, que qualquer pessoa, dotada ou não de mediunidade, pode aplicar passes. São os chamados magnetizadores. O que distingue um médium curador dos demais mortais é a predisposição fluídica especial, que o torna mais eficaz na aplicação do passe.

Porém, nem sempre o médium curador é bem-sucedido. Digo isto para que fique claro que um doente sem merecimento não obtém a cura, ainda que recorra ao mais eficiente dos médiuns. Diante dos casos de provação compulsória, a terapia doutrinária, com base no Evangelho, é o melhor remédio para amenizar o sofrimento do doente e neutralizar todo sentimento de revolta contra Deus.

Às vezes, o resultado é tímido ou mesmo nulo por outros motivos. Uma das explicações é esta: assim como os profissionais médicos, o médium curador trabalha por especialidade.

Tais limitações são comuns. Podemos atuar muito bem sobre uma dor de estômago e não sobre uma dor de cabeça; podemos beneficiar o coração de um companheiro e sermos impotentes diante de um osso quebrado.

A qualidade do fluido emitido pelo médium também interfere no resultado do fenômeno. O fluido da pessoa desregrada não atua tanto quanto o de uma pessoa equilibrada. Alimentação sadia e visível progresso moral ampliam significativamente a capacidade do médium curador.

Neste ponto, alguém pode contestar a argumentação, alegando que existem médiuns muito eficazes no tratamento de doenças e que, apesar disso, cobram pelo que fazem, sem considerar a mediunidade como uma dádiva concedida pela misericórdia de Deus. 

Não é bem assim. Muitas curas podem ocorrer por mérito exclusivo do paciente. Um bom espírito utiliza-se, momentaneamente, do fluido de um médium curador, seja ele quem for, considerando a urgência do atendimento a um doente que precisa de tratamento e merece a cura.

Seja como for a cura mediúnica é uma realidade. Mas não confunda médium receitista com médium curador. O primeiro age como uma variante da mediunidade psicográfica, atuando como um médico. O médium receitista recomenda, por inspiração dos espíritos, determinada substância, alopática ou homeopática. Quem cura, portanto, não é o médium, mas o remédio.

No caso do médium curador, ocorre a intervenção fluídica sobre o corpo e o perispírito do paciente. A cura se processa pela emissão do fluido do médium, combinado com a irradiação de um espírito, que o assiste, monitorando e dirigindo o fenômeno. O médium pode receitar e não ser médium de cura ou vice-versa. Pode também combinar as duas aptidões, o que é mais raro.

O médium digno deste nome busca sempre o aperfeiçoamento moral, certo de que, na maioria dos casos, a mediunidade representa o melhor instrumento para o resgate de débitos desta e de outras vidas.

Antes de tudo, o médium deve entender que reencarnou com o dom da cura porque tem dívidas a saldar, coletivas ou individuais. No passado, o médium pode ter sido um mau rei que prejudicou milhares de súditos; ou um latifundiário que manipulou o mercado, provocando a falta de alimentos; ou ainda um agitador que abusou das multidões para saciar a sede de poder. Pela mediunidade de cura, o médium resgata os débitos pelo trabalho em favor do próximo. 

Quando passarem para o plano espiritual, após o desencarne, os maus políticos e os maus empresários compreenderão, como já o fizemos, a imensidade do prejuízo que causaram na Terra. Para eles haverá, certamente, a opção de repararem os erros com a prática da mediunidade, em benefício de muitos. 

A misericórdia de Deus é infinita. Apesar da extensão do nosso estrago, direto ou indireto, causado no passado, Deus nos concedeu a bênção da mediunidade curativa por 30, 40 ou 50 anos. 

É importante entender que o poder de irradiação e de penetração fluídica do médium curador cresce na medida em que pratique a moral cristã. Com o domínio de forças mais sutis, atinge áreas mais complexas, no corpo e no perispírito do paciente. Se for guiado por um bom espírito, que também seja médico, produz curas consideradas impossíveis.


Altivo Carissimi Pamphiro
(Artigo retirado da Revista Estudos Espíritas - Janeiro de 1999 - Edições Léon Denis)

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Para o Resto de Nossas Vidas

Para o resto de nossas vidas.
Existem coisas pequenas e grandes, coisas que levaremos para o resto de nossas vidas.
Talvez sejam poucas, quem sabe sejam muitas, depende de cada um, depende da vida que cada um de nós levou.
Levaremos lembranças, coisas que sempre serão inesquecíveis para nós, coisas que nos marcarão, que mexerão com a nossa existência em algum instante.
Provavelmente iremos pela a vida a fora colecionando essas coisas, colocando em ordem de grandeza cada detalhe que nos foi importante.
Cada momento que interferiu nos nossos dias, que deixou marcas, cada instante que foi cravado no nosso peito como uma tatuagem.
Marcas, isso... Serão marcas, umas mais profundas, outras superficiais porém com algum significado também.
Guardaremos dentro de nós e que se contarmos para terceiros talvez não tenha a menor importância, pois só nós saberemos o quanto foi incrível vivê-los.
Poderá ser uma música, quem sabe um livro, talvez uma poesia, uma carta, um e-mail, uma viagem, uma frase que alguém tenha nos dito num momento certo.
Poderá ser um raiar de sol, um buquê de flores que se recebeu, um cartão de natal, uma palavra amiga num momento preciso.
Talvez venha a ser um sentimento que foi abandonado, uma decepção, a perda de alguém querido, um certo encontro casual, um desencontro proposital.
Quem sabe uma amizade incomparável, um sonho que foi alcançado após muita luta, um que deixou de existir por puro fracasso.
Pode ser simplesmente um instante, um olhar, um sorriso, um perfume, um beijo.
Para o resto de nossas vidas levaremos pessoas guardadas dentro de nós.
Umas porque dedicaram um carinho enorme, outras porque foram o objeto do nosso amor, ainda outras por terem nos magoado profundamente.
Quem sabe haverão algumas que deixarão marcas profundas por terem sido tão rápidas em nossas vidas e terem conseguido ainda assim plantar dentro de nós tanta coisa boa.
Lá na frente é que poderemos realmente saber a qualidade de vida que tivemos, a quantidade de marcas que conseguimos carregar conosco e a riqueza que cada uma delas guardou dentro de si.
Bem lá na frente é que poderemos avaliar do que exatamente foi feita a nossa vida, se de amor ou de rancor, se de alegrias ou tristezas, se de vitórias ou derrotas, se de ilusões ou realidades.
Pensem sempre que hoje é só o começo de tudo, que se houver algo errado ainda está em tempo de ser mudado e que o resto de nossas vidas de certa forma ainda está em nossas mãos.

Ponderação

Diante do mal quantas vezes!...
Censuramos o próximo...
Desertamos do testemunho da paciência...
Criticamos sem pensar...
Abandonamos companheiros infelizes à própria sorte...
Esquecemos a solidariedade...
Fugimos ao dever de servir...
Abraçamos o azedume...
Queixamo-nos uns dos outros...
Perdemos tempo em lamentações...
Deixamos o campo das próprias obrigações...
Avinagramos o coração...
Desmandamo-nos na conduta...
Agravamos problemas...
Aumentamos o próprios débitos...
Complicamos situações...
Esquecemos a prece...
Desacreditamos a fraternidade...
E, às vezes, olvidamos até mesmo a fé viva em Deus...
Entretanto a fórmula da vitória sobre o mal ainda e sempre é aquela senha de Jesus:
AMAI-VOS UNS AOS OUTROS COMO EU VOS AMEI!!...

BEZERRA DE MENEZES

A LENDA DA CÁRIDADE

Diz interessante lenda do Plano Espiritual que, a princípio, no mundo se espalham milhares de grupos humanos, nas extensas povoações da Terra.

O Senhor endereçava incessantes mensagens de paz e bondade às criaturas, entretanto, a maioria de desgarrou no egoísmo e no orgulho.

A crueldade agravava-se, o ódio explodia...

Diligenciando solução ao problema, o Celeste Amigo chamou o Anjo Justiça que entrou, em campo e, de imediato, inventou o sofrimento.

Os culpados passaram a resgatar, os próprios delitos, a preço de enormes padecimentos.

O Senhor aprovou os métodos da Justiça que reconheceu indispensáveis ao equilíbrio da Lei, no entanto, desejava encontrar um caminho menos espinhoso para a transformação dos espíritos sediados na Terra, já que a dor deixava comumente um rescaldo de angústia a gerar novos e pesados conflitos.

O Divino Companheiro solicitou concurso ao Anjo Verdade que estabeleceu, para logo, os princípios da advertência.

Tribunas foram erguidas, por toda parte, e os estudiosos do relacionamento humano começaram a pregar sobre os efeitos doma ledo bem, compelindo os ouvintes à aceitação da realidade.

Ainda assim, conquanto a excelência das lições propagadas repontavam dúvidas em torno dos ensinamentos de virtude, suscitando atrasos altamente prejudiciais aos mecanismos da elevação espiritual.

O Senhor apoiou a execução dos planos ideados pelo Anjo da Verdade, observando que as multidões terrestres não deveriam viver ignorando o próprio destino.

No entanto, a compadecer-se dos homens que necessitavam reforma íntima sem saberem disso, solicitou cooperação do Anjo do Amor, à busca de algum recurso que facilitasse a jornada dos seus tutelados para os Cimos da Vida.

O novo emissário criou a caridade e iniciou-se profunda transubstanciação de valores.

Nem todas as criaturas lhe admitiam o convite e permaneciam, na retaguarda, matriculados ns tarefas da Justiça e da Verdade, das quais hauriam a mudança benemérita, em mais longo prazo, mas todas aquelas criaturas que lhe atenderam as petições, passaram a ver e auxiliar doentes p obsessos, paralíticos e mutilados, cegos e infelizes, os largados à rua e os sem ninguém.

O contato recíproco gerou precioso câmbio espiritual.

Quantos conduziam alimento e agasalho, carinho e remédio para os companheiros infortunados recebiam deles, em troca, os dons da paciência e da compreensão, da tolerância e da humildade e, sem maiores obstáculos, descobriram a estrada para a convivência com os Céus.

O Senhor louvou a caridade, nela reconhecendo o mais importante processo de orientação e sublimação, a benefício de quantos usufruem a escola da Terra.

Desde então, funcionam, no mundo, o sofrimento, podando as arestas dos companheiros revoltados: a doutrinação informando aos espíritos indecisos quanto às melhores sendas de ascensão às Bênçãos Divinas; e a caridade iluminando a quantos consagram ao amor pelos semelhantes, redimindo sentimentos e elevando almas, porque, acima de todas as forças que renovam os rumos da criatura, nos caminhos, humanos, a caridade é a mais vigorosa, perante Deus, porque é a única que atravessa as barreiras da inteligência e alcança os domínios do coração.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

CIRURGIAS ESPIRITUAIS

Lembrando que nos dias 27, 28 e 29 de fevereiro de 2012, João Berbel no GEAME, realizando as cirurgias espirituais! A partir das 14 horas começa a distribuição de senhas.




Seminário Medicina do Além, com o médium João Berbel.

Com grande felicidade podemos contar com quase 500 pessoas no Seminário Medicina do Além, com o nosso querido amigo João Berbel






O Caminho da Reforma Íntima

“Reconhece-se o verdadeiro espírita por sua transformação moral e pelo esforço que faz em domar as más inclinações”. Allan Kardec

1. Por que este tema?
Nas palestras espíritas o tema Reforma Íntima é muito comum. Talvez por conta da colocação de Kardec no trecho acima, do capítulo XVII de seu livro “O Evangelho segundo o Espiritismo”, em que define espírita como aquele que se esforça no domínio das más inclinações, com o objetivo da reforma interior.

Observemos a importância de o codificador afirmar que o espírita não é simplesmente aquele que frenquenta o Centro Espírita, que faz prece antes de dormir, que realiza palestras, que aplica passes ou participa de uma mesa mediúnica. Tal frase retira absolutamente a possibilidade de alguém cogitar ser “espírita não praticante”, como já ouvi falarem alguns que estão longe de saber o que é ser espírita.

Está cheio de gente que simpatiza com as idéias espíritas e afirma-se espírita, sem sê-lo. E freqüentadores de centros espíritas que pensam ser espíritas porque participam de um ou outro grupo de estudo das obras básicas do espiritismo.

Também há gente que, com delicada hipocrisia, após anos de imersão nos movimentos espiritistas, diz que não é espírita para ficar bem na fita, uma vez que não atingiu a perfeição. Dizem: “Estou tentando ser espírita”. Como se ser espírita fosse ser perfeito!

Não, espírita é aquele que se esforça na Reforma Íntima, informa Kardec. Seu esforço é que o caracteriza. Não o cumprimento de um certo sistema fechado com manual de normas e procedimentos.

Isto porque o espiritismo não é uma religião propriamente dita, não possui dogmas, rituais, sacramentos. É uma doutrina de tríplice aspecto, filosofia, ciência, religião.

Em seu aspecto científico, nasceu do espírito investigativo, possui método, compara resultados. Assim foi escrito o primeiro livro espírita: “O Livro dos Espíritos”.

Em seu aspecto filosófico trata de questões existenciais e metafísicas, de uma maneira racional, coerente, lógica. Investiga o porquê da vida, da dor, a morte e o depois da morte, enfim, o de onde viemos e para onde vamos.

Em seu viés religioso nasceu da revelação divina, mas não por um único médium, e não de uma só fonte. Não, o espiritismo foi o resultado das informações de vários espíritos, obtidas por diversos médiuns, comparadas, analisadas, avaliadas em seu conteúdo por um grupo de estudiosos, dentre os quais sobressai Kardec! E mais: de todas as verdades reveladas, conclui-se que o motivo pelo qual estamos neste mundo é desenvolver nosso potencial de espíritos criados por Deus, fadados à felicidade. Praticar o bem é estar de acordo com as leis divinas. Jesus é o nosso modelo. E o desenvolvimento do potencial divino se dá pela Reforma Íntima.

2. O que é Reforma Íntima.
Reforma Íntima, este esforço no domínio das más inclinações é, na essência, inicialmente, uma mudança na maneira de ver as coisas. Uma mudança de paradigmas. Paradigmas são lentes pelas quais enxergamos o mundo, os seres, as pessoas, os acontecimentos.

Como mudança paradigmática, acontece interiormente, na intimidade do coração. Não é, necessariamente, uma transformação notória. É paulatina e seus resultados se apresentam apenas depois de algum tempo.

Quando a maioria de nós entra em contato com o espiritismo, imediatamente realiza, natural e espontaneamente, uma mudança interior. Porque muda sua visão de Deus, do homem, da existência. Por exemplo, passa a acreditar não apenas na vida após a morte, mas na vida antes da vida! Quando olha uma criança que nasce, reconhece que ali está um Espírito, com uma história, com um passado a ser expiado, e com uma tarefa a ser realizada!

3. O começo da Reforma Íntima
Enfim, mudar a maneira de ver a vida é começar a Reforma Íntima. Mas, foi apenas um passo no sentido do crescimento. É preciso mais! É possível ter modificado automaticamente, pela aquisição do novo conhecimento, a visão de mundo que se possuía. Mas isso não é tudo.

Agora, enxerga-se a realidade de um novo ângulo. Mesmo assim, permanecem os condicionamentos antigos, hábitos, vícios, que se mantêm apesar da mudança e requerem esforço para a total transformação. Por isso, Kardec fala, além da transformação moral (plano da idéia), do “esforço” em domar as más inclinações (plano da ação).

4. A recusa em fazer a Reforma Íntima
Na verdade, pelo fato de haver nascido, independente de conhecer ou não espiritismo, todo mundo vai realizar a Reforma Íntima. Foi para isso que encarnamos. A vida nos lança convites para realizá-la de maneira consciente. O espiritismo é um destes convites. Mas podia ser o catolicismo, o protestantismo, o budismo, o hinduísmo, e podia até ser uma filosofia, uma escola não religiosa, um compromisso ético, até mesmo uma escolha profissional, a nos propor mudar conscientemente para melhor.

Entretanto, somos livres para aceitar ou não o convite. Em não aceitando, não importa, a vida nos colocará em situações que nos obrigarão a realizar a Reforma Íntima. É o caso de algumas doenças, perdas, separações.

Não parece a aplicação daquela parábola do convite para o festim das bodas, que Jesus ensinou? Um rei convida muitos para as bodas do filho, mas nenhum dos convidados aceita; ele convida de novo, e alguns chegam a matar os enviados que levam os convites. Enfim, o rei convida mais pessoas e manda destruir os que recusaram o convite.

Pois bem, esta a vida. Um eterno convite à mudança. Se não por bem, por mal. E assim, por conta das circunstâncias adversas a gente vai mudando, mudando e, consequentemente, amadurecendo. Alguns passam ainda pela amargura, pela descrença, a revolta, a desesperança. Vão ao fundo do poço. Mas um dia saem de lá, pois há uma eternidade esperando-os. Uma festa de bodas. O casamento de nossas polaridades, o equilíbrio, o caminho do meio. Cedo ou tarde todos nos “iluminamos”. Todos realizamos a Reforma Íntima!

5. A continuação da Reforma Íntima
Mas, acreditando que prefiramos mudar pelo amor, sem precisar doer tanto, o que deve ser feito? Se aceitamos o convite para as bodas, como devemos nos vestir? Na parábola, os conviaddos chegam e a festa acontece, mas quem não está com a veste adequada é expulso.

Na prática, significa que não basta aquele primeiro momento, da mudança paradigmática. É preciso ir além. Vestir a veste, ou seja, viver de acordo com a nova visão de mundo. Viver congruente com sua crença, no nosso caso, com os princípios espíritas. Estar de acordo com a ocasião, como sugere Jesus no seu ensinamento.

E uma vida de acordo com o espiritismo é idêntica a uma vida cristã. Uma vida pautada no bem, na caridade, no perdão, da tolerância, na compreensão, no estudo etc. Como se deduz desta lista de virtudes, não é fácil. Mas o que vale é o esforço!Em “O Livro dos Espíritos”, na questão 919-a, Santo Agostinho nos dá um passo-a-passo interessante, como sugestão para auxiliar a Reforma Íntima, que podemos sintetizar da seguinte maneira:

1. Pedindo ajuda a Deus ou seu Anjo Guardião, reveja diariamente o que fez.
É uma prática fácil de ser realizada. Podemos fazer como sugere Agostinho, antes de dormir. Creio que sentado seja melhor, para evitar o sono. Pode-se inclusive anotar. Algumas pessoas fazem diários. Não precisa anotar tudo, mas o que se destacou naquele dia. Quando diz que é preciso pedir ajuda a Deus ou ao Anjo Guardião, Agostinho sugere que este deve ser um processo profundo, solitário, concentrado.

2. Pergunte a si mesmo se deu motivo para queixas.
Esta parte é interessantíssima. É o processo de conscientização. Não um simples registro do que fiz, mas dos efeitos do que fiz, do alcance de minhas ações.

3. Pergunte a si mesmo os reais motivos de suas ações.
Por vezes vou reconhecer que dei motivos para queixas, mas não significa que agi mal. É hora de refletir sobre as reais intenções. O que havia por detrás do meu gesto. Frequentemente encombrimos nossas ações reprováveis com boas intenções. Dizemos, por exemplo: “Fui duro com minha esposa, disse-lhe palavras duars, mas para seu próprio bem. Ela precisava ouvir isso de alguém que realmente se preocupa com ela!” Pode até ser que a boa intenção exista, mas uma investigação profunda, sincera e corajosa (é preciso coragem para ser sincero!) vai revelar se, por trás desta boa vontade, não existia o desejo de ferir, de vingar-se. É por este desejo inconsciente que, muitas vezes, os outros não recebem bem nossas “boas intenções”. Nossa boca pode não falar, mas o fluido que movemos chega até o outro insuflando a revolta e a reação violenta.

4. Pergunte a si mesmo se censuraria no outro o que fez, ou se fez algo que não ousaria confessar.
Eis uma excelente dica! Desta forma vamos ter uma idéia mais clara de nossas atitudes e prevenir escorregões em velhos padrões de comportamento.

5. Reflita se você morresse hoje, que pendências deixaria, o que teria a temer.
Don Juan, xamã das obras de Carlos Castañeda, chama isso de tomar a morte como conselheira. Trata-se de uma excelente forma de tomar consciência de como se está vivendo. De procurar questões inacabadas para resolvê-las quanto antes e não atravessar os umbrais do Além com o coração oprimido por remorsos. A tranquilidade nasce da consciência do dever cumprido.

Estas as orientações de Agostinho, via mediúnica, para quem deseja continuar seu processo de Reforma Íntima de maneira consciente e aproveitar melhor a vida. Mas ninguém se iluda, jamais poderá afirmar que fez a Reforma Íntima, conjugando o verbo no passado, pois este é um processo que jamais termina, visto que sempre há algo a melhorar. Este é mesmo o ritmo da vida, a mudança constante, na linguagem budista: a impermanência. Estagnação seria morte e sabemos que morte não existe. O que existe é transformação!

Então, que todos vivam em paz, mudando sempre!

CURA MORAL DOS ENCARNADOS

REVISTA ESPÍRITA - JULHO 1865

Questões e Problemas
CURA MORAL DOS ENCARNADOS

Muitas vezes vemos Espíritos de natureza má cederem muito prontamente sob a influência da moralização e se melhorarem. Podemos agir do mesmo modo sobre os encarnados, mais com muito mais trabalho.
Por que a educação moral dos Espíritos desencarnados é mais fácil que a dos encarnados?

Esta pergunta foi motivada pelo seguinte fato. Um rapaz, cego há doze anos, tinha sido recolhido por um espírita devotado, empenhado em curá-lo pelo magnetismo, pois os Espíritos haviam dito que a cura era possível. Mas o rapaz, em vez de se mostrar reconhecido pela bondade de que era objeto, e sem a qual teria ficado sem asilo e sem pão, só teve ingratidão e mau procedimento, dando provas do pior caráter.
Consultado a respeito, respondeu o Espírito São Luís:

“Como muitos outros, esse jovem é punido por onde pecou e suporta a pena de sua má conduta. Sua enfermidade não é incurável, e uma magnetização espiritual, praticada com zelo, devotamento e perseverança, certamente teria êxito, auxiliada por um tratamento médico destinado a corrigir seu sangue viciado. Já haveria uma sensível melhora em sua visão, que ainda não está completamente extinta, se os maus fluidos de que está cercado e saturado não opusessem um obstáculo à penetração dos bons fluidos que, de certo modo, são repelidos. No estado em que se encontra, a ação agnética será impotente, enquanto não se desembaraçar, por sua vontade e sua melhoria, desses fluidos perniciosos. 

“É, pois, uma cura moral que se deve obter, antes de buscar a cura física. Só um retorno sério sobre si mesmo poderá tornar eficazes os cuidados de seu magnetizador, que os Espíritos bons se desvelarão em secundar. Caso contrário, deve-se esperar que perca o pouco de luz que lhe resta e que sofra novas e mais
terríveis provações. 

“Agi, pois, sobre ele como fazeis com os Espíritos maus desencarnados, que quereis reconduzir ao bem. Ele não está sob a ação de uma obsessão: é sua natureza que é má e, além disso, perverteu-se no meio onde viveu. Os Espíritos maus que o assediam só são atraídos pela similitude existente entre eles; à medida que se melhorar, eles se afastarão. Só então a ação magnética terá toda a sua eficácia. Dai-lhe conselhos; explicai-lhe sua posição; que várias pessoas sinceras se unam em pensamento para orar, a fim de atrair para ele influências salutares. Se as aproveitar, não tardará a lhes experimentar os bons efeitos, pois será e compensado por um mais sensível na sua posição.”

Esta instrução nos revela um fato importante, o do obstáculo oposto pelo estado moral, em certos casos, à cura dos males físicos. A explicação acima é de uma lógica incontestável, mas não poderia ser compreendida pelos que só vêem em toda parte a ação exclusiva da matéria. No caso em tela, a cura moral do paciente encontrou sérias dificuldades; foi o que motivou a pergunta acima, proposta na Sociedade Espírita de Paris.
Foram obtidas seis respostas, todas concordando perfeitamente entre si. Citaremos apenas duas, para evitar repetições inúteis. Escolhemos aquelas em que a questão é tratada com mais desenvolvimento. 

I
Como o Espírito desencarnado vê manifestamente o que se passa e os exemplos terríveis da vida, compreende com tanto mais rapidez o que o estimula a crer ou a fazer. Esta a razão por que não é raro vermos Espíritos desencarnados dissertarem sabiamente sobre questões que, em vida, estavam longe de os comover.

A adversidade amadurece o pensamento. Esta expressão é verdadeira sobretudo para os Espíritos desencarnados, que vêem de perto as conseqüências de sua vida passada. A negligência e o preconceito, ao contrário, triunfam nos Espíritos encarnados; as seduções da vida e, mesmo, os seus desenganos, dão-lhes uma misantropia ou uma completa indiferença pelos homens e pelas coisas divinas. A carne lhes faz esquecer o Espírito; uns, essencialmente honestos, fazem o bem evitando o mal, por amor do bem, mas a vida de sua alma é quase nula; outros, ao contrário, consideram a vida como uma comédia e esquecem seu papel de homens; outros, enfim, completamente embrutecidos e no último degrau da espécie humana, nada vendo  além, não pressentindo mesmo nada, entregam-se, como animais, aos crimes bárbaros e esquecem sua origem.

Assim, uns e outros, pela própria vida, são arrastados, ao passo que os Espíritos desencarnados vêem, escutam e se arrependem com mais boa vontade.
Lamennais (Médium: Sr. A. Didier)

II
Quantos problemas e questões a resolver antes que seja realizada a transformação humanitária conforme as idéias espíritas! a da educação dos Espíritos encarnados, do ponto de vista moral, está neste número. Os desencarnados estão desembaraçados dos laços da carne e não mais lhe sofrem as condições inferiores, ao passo que os homens, acorrentados numa matéria imperiosa do ponto de vista pessoal, se deixam arrastar pelo estado das provas no qual estão mergulhados. É em razão da diferença entre as diversas situações que se deve atribuir a dificuldade que experimentam os Espíritos iniciadores e os homens encarregados de melhorarem rapidamente e em algumas semanas, as criaturas que lhes são confiadas. 
Os Espíritos, ao contrário, aos quais a matéria já não opõe suas leis, nem mais fornece meios de satisfazer seus maus apetites e que, por conseguinte, não têm mais desejos insaciáveis, são mais aptos a aceitar os conselhos que lhes são dados. Talvez respondam com esta pergunta, que tem sua importância: Por que não ouvem os conselhos de seus guias do espaço e esperam os ensinamentos dos homens?
Porque é necessário que os dois mundos, visível e invisível, reajam um sobre o outro e que a ação dos humanos seja útil aos que viveram, como a ação da maior parte destes é benéfica aos que vivem entre vós. É uma dupla corrente, uma dupla ação, igualmente satisfatória para esses dois mundos, que estão unidos por tantos laços.
Eis o que julgo dever responder à pergunta levantada por vosso presidente. 
Erasto (Médium: Sr. d’Ambel)

Só sei que nada sei

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

ERA NOVA DE UNIFICAÇÃO E DECISÃO

Era Nova de Unificação e Decisão


 Meus filhos, que o Senhor nos abençoe! Eia, avante!  São as palavras que vêm repercutindo através dos séculos num convite vigoroso ao prosseguimento da luta redentora. Estes são dias semelhantes àqueles quando o Divino Pastor veio reunir as ovelhas tresmalhadas de Israel com os gentios, proclamando o momento de unificação de raças e de etnias, de crenças e de religiões, de situações socioeconômicas diferentes sob o seu sublime cajado. Também hoje, guardadas as proporções que nos identificam em relação às conquistas da Sociologia, da Ciência, no aspecto da investigação, da Tecnologia, das doutrinas psicológicas, é necessário que permaneçamos fiéis ao convite do Mestre, sem estacionar ou jamais retroceder. Momento pelo qual vínhamos esperando, agora surge como sol abençoado na noite para aquecer os corações enregelados no materialismo e conduzir os Espíritos combalidos na luta de alta significação e de graves perigos para a divulgação da Doutrina. Por isso, impõe-se-nos a todos a fidelidade aos postulados que constituem o edifício da Doutrina Espírita, fora dos quais poderemos ter uma bela filosofia de comportamento, uma ética-moral saudável e um campo experimental precioso, mas sem a presença de Jesus, que é o amor, que é a caridade e que é a esperança de libertação de todos nós. Porfiai na defesa dos nossos direitos de semeação do Evangelho, conforme a revelação dos imortais. Trabalhai ao lado dos gestores terrestres, contribuindo para o seu discernimento das verdades trans-cendentais, sem o medo da presunção que assalta alguns e do poder temerário de que se investem outros de natureza fanática na sua crença religiosa, negando às demais o mesmo direito de cidadania...   
No mundo de convulsões da hodiernidade não há lugar para a timidez, para o temor, para a ausência de decisões. Todo espaço que os bons espíritas deixarem vago será preenchido pelos atrevidos que tomam a espada da luta para denegrir, para ceifar vidas e ideais. 
É necessário, portanto, que a cruz do sacrifício substitua a espada devastadora, e que, imortalizando-nos nas traves da dedicação, possamos deixar abertas as clareiras para as gerações novas que instalarão na Terra o Reino de Deus.  
Acompanhamos, meus filhos, os estudos e debates destes dias e congratulamo-nos convosco por bem apreenderdes o significado da Unificação como um feixe de varas, cuja força é a união e cuja grandeza é a abnegação. Prossegui, portanto, vigilantes, prudentes sim, generosos também, mas, sobretudo, valorosos, na preservação da Mensagem que herdastes do ínclito Codificador Allan Kardec e dos missionários que o assessoraram e prosseguem desdobrando-lhe os conteúdos procedentes dos céus. 
É hora de combate, do bom combate da luz clareando a treva, do amor diluindo as animosidades, do perdão pondo-se acima das injunções perturbadoras do ressentimento e do desejo de desforço... Mantende-vos fiéis a Jesus, e Ele, como sempre, providenciará o apoio que nos não nega nunca e a companhia de que tanto necessitamos para mantermos o espírito de fidelidade. 
Estai atentos ao escalracho moral dos dissídios, da maledicência, da injúria, que são assacados contra a vossa conduta. Não vos permitais o desânimo! Quando, na busca e propaganda de um ideal, se apela para o ultraje, a ofensa, significa essa conduta que a falta de nobreza idealística foi substituída pelo egoísmo devastador e pela presunção dominadora. Sede simples, mas não ingênuos, a ponto de vos deixardes dominar, sucumbindo sob a astúcia dos maus. Jesus confia no vosso, no esforço de todos nós, conjugados os dois planos da vida, cantando hosanas à Imortalidade! Voltai aos vossos lares ricos de luz e deixai que a claridade luminífera do Evangelho, exteriorizando-se dos vossos sentimentos, domine as casas que dirigis, tornando-as estrelas na grande noite do mundo em transformação. 
A Eurásia, cansada de guerras e de poder, estertora... As profecias tornam-se realidade, convidando-nos a aprender com a história da Humanidade a não repetir os erros em que caímos no passado... Era Nova esta, meus filhos! Exultai e amai! Cantai o Evangelho de Jesus aos ouvidos, moucos que sejam, mas que se impregnarão da sinfonia inolvidável das bem-aventuranças, desde os que transitam nas classes mais sofridas, que são considerados os excluídos da sociedade, até aqueles que administram os destinos dos povos... Em um só abraço – como fez Jesus, que recebeu a equivocada de Magdala e o Príncipe do Sinédrio, concedendo a ambos a mesma oportunidade –, fazei que todos os segmentos sociais recebam dos vossos sentimentos enobrecidos o mesmo carinho, sem distinção de poder ou de miséria, porque o amor deve ser o mesmo para todos que têm sede de paz e fome de justiça. 
Recordemos Jesus: “Eis que vos mando como ovelhas mansas ao meio de lobos rapaces...” [Mateus,10:16]. 
Não para que sejamos devorados, mas para que, à semelhança do Santo de Assis, dulcifiquemos os lobos e que, no córrego do Evangelho sublime, ovelhas e lobos bebam da mesma linfa de paz... 
Que o Senhor de bênçãos nos abençoe e os Espíritos-espíritas que aqui estão conosco, pedindo-nos para que traduzamos as suas emoções, nos acompanhem sempre e sempre no rumo da Imortalidade. 
Muita paz, meus filhos, são os votos do companheiro paternal de sempre. 

Bezerra 
(Mensagem psicofônica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, no encerramento da Reunião Ordinária do Conselho Federativo Nacional, em Brasília, DF, em 13 de novembro de 2011.) Revisão do Autor Espiritual.